Mais um desastre.
Mais mortes de inocentes. Mais devastação.
Muitos insistem
que isso mostra que o Deus da Bíblia não existe. Desastres como este demonstram
que, se um deus existe, ou ele não é onipotente, ou não é bom: ele não poderia
ser os dois.
Mas, um fator que
estes negadores de Deus não levam em conta é a fé na existência de Deus.
Desastres naturais sempre existiram e, apesar disto, as pessoas sempre creram
na existência de Deus. As pessoas não creem na existência de Deus por causa
da realidade da dor e do sofrimento, mas apesar dela. E este fato
precisa ser explicado por aqueles que negam que Deus existe.
Não pretendo aqui
desenvolver uma teodiceia completa que resolva toda a tensão entre a existência
de Deus e a presença do mal, do sofrimento e da dor. Há muitos bons livros que
fazem isto melhor do que eu. Mas quero destacar duas coisas.
Primeiro,
desastres desta severidade demonstram a profunda maldade do pecado. Todo ser
humano pensa que o pecado não é tão ruim assim: Todo mundo faz. Não sou tão mal
quanto fulano. Quer dizer que Deus irá me jogar no inferno por causa de umas
mentirinhas, palavrões, e excessos ocasionais?
Parece que não
entra em nossa cabeça a profunda impiedade, egoísmo e ingratidão do nosso
pecado. Deus, em Sua infinita bondade nos criou para o nosso bem. E o nosso bem
é amá-lo e desfrutá-lo para sempre. Ele nos criou bons e nos colocou num mundo
bom onde tudo era prazer e todos os prazeres giravam em torno de Deus.
E apesar de tudo
isto, dissemos: “Não, obrigado” — aliás, nem “obrigado” dissemos — e a criatura
se rebelou contra Deus e buscou a satisfação dos seus desejos em objetos e
prazeres para a exclusão de Deus.
Todo mal no mundo
é consequência do pecado. E um mal enorme como Sandy, que afetou um terço dos
Estados Unidos, demonstra a enormidade deste pecado.
Segundo,
sofrimento e dor são as únicas formas que Deus tem para chamar a nossa atenção
ao mal e, assim, nos colocar no caminho da salvação. Deus seria cruel se nos
permitisse viver sem amolação em nosso pecado; se nos permitisse contentamento
em falsos prazeres que nos levam à destruição.
Desastres como
esses são meios de nos dar um chacoalhão para enxergarmos nossa necessidade de
um Salvador. Foi C. S. Lewis quem disse: “Deus cochicha conosco em nossos
prazeres; fala conosco em nossas consciências, mas grita conosco em nossa dor:
é o megafone dele para despertar um mundo surdo”.
Alguém poderia
perguntar: “Por que Deus criou seres humanos com a possibilidade de escolher o
mal”? Quer dizer, você gostaria que Deus criasse pequenos robôs que só poderiam
fazer o que Ele os programasse a fazer? Que graça tem isso?
Homens criam
robôs, mas Deus quis criar uma criatura que pudesse O conhecer e conhecer a Sua
grandeza e majestade. Ele queria criar um ser que O amasse de coração, que O
escolhesse com um ato de vontade. Mas, para fazer isto, Ele teve que fazer uma
criatura que pudesse ao conhecê-lo, O rejeitar e amar outra coisa.
Mas, então, Deus,
se fosse pura misericórdia como ensina a Bíblia, não poderia criar homens,
sabendo, na Sua onisciência, que teria que mandá-los para o sofrimento eterno
do inferno. Poderia?
E se Deus quisesse
demonstrar uma misericórdia infinitamente maior do que isto? E se Ele quisesse
fazer algo que nem anjos poderiam imaginar, de tão glorioso e humilhante? E se
Ele quisesse assumir a natureza de Suas criaturas e morrer no lugar delas para
que elas pudessem ser resgatadas se fossem a Ele pela fé?
Não há maior
misericórdia do que esta. Mas, esta misericórdia exigiu que Deus criasse seres
que pudessem o rejeitar e sofrer no inferno, mas que também poderiam ser salvos
pela fé no sacrifício que Ele mesmo ofereceu por eles.
Então, diante de
tanto sofrimento, tenhamos compaixão dos que sofrem. Poderia ser nós. Bem que
merecemos. Mas, lembremos também da ira e da misericórdia de Deus: a ira que
julga todo o pecado e a misericórdia que se humilha para conquistar o pecador
rebelde e revoltante.
por
Mark A. Swedberg
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