
Parece ser necessário
escrever palavras de advertência sobre este assunto, que atualmente (1951)
preocupa bastante os pensamentos de muitos crentes.
Ouvimos de crentes mais
entusiasmados com a política do que pelo evangelho; e de outros, pertencendo a
partidos opostos, trazendo seus ódios políticos para o seio da igreja, com
bastante prejuízo ao amor fraternal.
Tenho ouvido de moços que se
dizem crentes, de idade insuficiente para serem eleitores, que vão alistar-se,
e assim participam de uma mentira criminal. Em Efésios 4:25, o crente é
ensinado a deixar a mentira e falar a verdade com seu próximo.
"25 Por isso, deixando a mentira, fale cada um
a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros." Acaso
alguém fará pouco caso da conduta cristã, para poder meter-se na política?
Quando ouvimos de crentes
antigos dando vivas, pelos seus candidatos políticos, pensamos que os tempos
tem deveras mudado desde que Cristo disse dos Seus discípulos: “Não
são do mundo, como eu do mundo não sou.” (João 17:16 ACF)
A Bíblia manda “sujeitar-se” às potestades (autoridades)
(Romanos 13:1) e orar por elas (1 Tm 2:1-2), mas em nenhum lugar manda tomar
parte em qualquer demonstração política.
"
1 Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores;
porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem
foram por ele instituídas." Rm 13:1.
"1 Antes de
tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões,
ações de graças, em favor de todos os homens, 2 em favor dos reis e
de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida
tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito." 1 Timóteo 2:1-2.
Porventura
este silêncio bíblico tem alguma significação?
O crente que toma parte na
política poderá examinar se esta participação tornou sua vida espiritual mais
vigorosa ou, pelo contrário, se causou algum prejuízo.
Observando a conduta do
Senhor Jesus vemo-lo completamente alheio aos movimentos políticos do Seu tempo
e aos que procuraram surpreendê-lo em alguma preferência partidária respondeu: “...
Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” (Mateus 22:21 ACF).
Notamos o mesmo proceder nos
apóstolos. Paulo expressa o mais verdadeiro patriotismo quando diz: "1 Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica
a Deus a favor deles são para que sejam salvos." (Romanos
10:1)
Parece-nos que a vida
espiritual de Ló estava em plena decadência quando se assentou à porta da
cidade tomando parte no governo de Sodoma.
No caso de algum crente
entender que ele tem certos deveres cívicos ou patrióticos (Paulo diz em Filipenses
3:20) “nossa pátria está nos céus”, ele deve, mediante a oração procurar quaisquer
meios para cumprir esses deveres sem transgredir os preceitos de Cristo, sem se
unir com os descrentes em um jugo desigual, sem comprometer-se em associações
duvidosas, e sem colocar-se em situações que hão de prejudicar a sua vida
espiritual.
Stuart Edmund Mc Nair - do livro:“A Vida Cristã”, 1951.
Nenhum comentário:
Postar um comentário